sexta-feira, 9 de setembro de 2016

[Rotinas]


Muitas pessoas não têm o menor interesse em ser feliz, visto que para se alcançar a felicidade é necessário passar por vários estágios e ter um sua posse vários componentes que para serem devidamente misturados podem levar uma vida inteira. Quando as pessoas decidem viver a vida de acordo com tudo aquilo em que se acredita, viver a vida cheia de paixões é um grande perigo, viver a vida apaixonado é um grande perigo, e como disse Paulo Coelho, “é um grande perigo, pois nunca sabemos o que vamos encontrar pela frente”, é isso que é totalmente admirável em pessoas que vivem sem rotinas, pessoas que têm a capacidade de estar sempre a beira de um abismo e atirar-se, aquela intensidade, aquela adrenalina, aquele sentimento único de perigo é necessário e não importa quão errado as coisas possam parecer, erros são necessários.  
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         Perguntas-te, o que há de errado com rotinas?

Pessoas com rotinas não correm risco algum, sabe-se como será o dia de amanha, um dia exatamente igual como todos os outros. Para pessoas que têm tudo traçado, o amor muita das vezes é só uma pequena garantia, uma garantia de que é necessário estar com alguém por tudo menos amor de verdade, com tudo menos aquele fogo que dominava como nos primeiros dias. Para pessoas com uma rotina o tempo simplesmente para.

         Perguntas-te outra vez o que há de errado com rotinas?

         Simples, o medo. É isso que há de errado com rotinas.

Quando se esta sujeito a uma rotina, vive-se com o medo constante de que alguma coisa mude, e se mudar aquilo vem de forma a pegar-te desprevenido.
É normal viver com o medo de que tudo mude e se não mudar viver uma vida em completo tedio. Aqueles momentos em que se acha que ninguém esta a observar, nos entregamos de completo a solidão e o medo toma conta de cada pedaço e cada canto da alma; aquela sensação de que se esteja a perder o melhor tempo de sua vida e ao mesmo tempo o medo do desconhecido que há cada minuto vai expandir-se.
Rotinas são aguas conhecidas e completamente aborrecido, saber que se vive em um constante ciclo é como estar preso, saber que és capaz te libertar mas não o fazer. Repetir todas as coisas, todos os dias, da mesma forma, na mesma hora... No final te tornarás como um animal desorientado que caiu numa armadilha sem perceber como foi concebida.