domingo, 5 de março de 2017

[5:08, 27% e a vida de coisas selvagens]

5:08, 27% e a vida de coisas selvagens

Foi encontrada sem vida, deitada no pequeno e único sofá do pequeno apartamento que ela dividia com os seus amigos imaginários.

   Sucumbir a cada espírito não é assim tão fácil, mas uma vida cheia de pecados e luzes é sempre difícil de não resistir... 
   Mas ela resistiu.
   Por mais atraente que seja cada promessa feita, ela não quis se entregar. Talvez por ser cedo demais.
   Mas mesmo assim, foi encontrada sem vida porque cada gota de seu alma foi sugada quando decidiu começar a escrever sobre cada merda que se passava em sua pequena e gigante cabeça. 
Cada vez encontrava-se sem inspiração mas não quis decepcionar cada alma corrupta que se entregava então ela decidiu entregar-se mais. 
Deixando-lhe sem vida; com uma conta super alta à pagar. 

   Só que viver sem vida também é atraente, solitário mas atraente. As coisas em trevas parecem mais claras por mais intrigante que possa parecer e menos falsas e menos próspera e... Prontos, mais realística. 
É isso que o mundo padece, realismo!
 
   Muitos querem perder-se, mas não sozinhos! 
   Muitos querem amor, mas não amam-se...   Merda! 
   Ela foi encontrada sem vida, porque deu a sua vida por pessoas ingratas que não tinham ideia de que cada palavra é esgotaste, palavras são como passos dolorosos e o sentimento de ser perfurada por espadas nunca vai; mesmo sem vida ela andava em seus sonhos. 
Mas a cada passo, a cada passo sangrento ela sentia vida brotar ao seu redor... Por isso ela continuava, ela andava ela corria.
   Ela continuará sempre a entregar-se à um mundo egoísta, sem fé em palavras nos seus efeitos ou resultados e poderes, ela continuará a ir contra a selvajaria de palavras padronizadas.

Ela foi encontrada sem vida mas voltou, pois ela permitiu-se não ter vida por um tempo... Quem disse que sombras não gostam de luz?