domingo, 18 de junho de 2017

[Sementes de inquisições]


         Sementes de inquisições

As coisas fazem mais
sentido agora. Todo mundo quer uma oportunidade no amor, mesmo que de forma inconsciente. Mas pessoas como eu nunca teríamos a oportunidade de entrar numa verdadeira fase de um relacionamento ou encontrar conforto em alguém. Nunca iriamos saber a ciência de que daria certo ou não, de que possivelmente existem pequenas chances de que poderíamos mudar para alguém, de que choraríamos e iriamos nos curar com o tempo por alguém.

Todo mundo quer uma oportunidade para viver, eu queria uma oportunidade para viver, as vezes implorava tanto que sentia a minha alma tremer.
Mas o caos e a destruição, foram as coisas mais gloriosas que alguma vez experimentei. Se alguma vez me arrependi?  
Não!

Aprendi que neste mundo cheio de ímpios, hipócritas, falsos santos, prostitutas do materialismo, mentes ocas, corpos vazios e almas completamente corruptíveis... Cada um tem a sua forma de viver.
E levou anos para desfazer tudo que aprendi durante tanto tempo: que é através do amor que se vive.
        
         E pessoas como eu, como ela e como outros... Pessoas que mantêm-se verdadeiros a sua essência, pessoas que elevaram-se pelos pecados, pessoas com uma escuridão infinita... Somos todos diferentes por amar a vida, pela sua infinita angustia.
Mas somos todos iguais por estarmos ligados ao sentimento primitivo do que causou tudo: o momento em que Eva provou a maça.
E para nós, o momento em que nos apercebemos o que para nós viver se parece. O que verdadeira maldade se parece.

Uma vez que se experimenta algo que tira o teu folego de uma maneira inexplicável, jamais se esquece.
Jamais se arrepende. É como prazer.
Eu me destruí primeiro e não pude ficar entorpecida outra vez. E agora eu não posso ignorar a fome, a tentação... É demais. E ninguém nos pode julgar, deviam todos adorar-nos.
Porque todos os dias, experimentamos um prazer que quase ninguém jamais vai ter, uma satisfação que ninguém jamais ira chegar perto de sentir.
Porque nós cedemos.
Cedemos a fome. Ao desejo. As necessidades. A luxúria.
Cedemos a nós.


4 comentários:

  1. Muito singular na forma de expressar tua analize pelo desejo (e todo o resto q possamos entender!). Gosto da forma unica, não tão simples mas objectiva q escreves...

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  2. Aguardo consiente e impaciente por mais desabafos similares a este. Parabéns Katrina, amei o texto. #Dam97.

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  3. O texto nos remete a nossa essência. Nos faz viajar pela nossa vivência singular e colectiva. Destaca a nossa unicidade, prova a nossa vulgaridade mas nos mantém únicos. Parabéns pelo texto. Edy Marques

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