segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

[Névoas da mente]


 

[Névoas da mente]

Recomendo: My heart is broken - Evanescence. 


Martelo a minha cabeça na parede, no chão, no carro e em todo lugar plano. Tento me concentrar na tua voz para que eu consiga te sentir, para que eu consiga te seguir! 
Não consigo me lembrar como te pareces, não consigo me lembrar como é o timbre da tua voz. Só me lembro do teu cheiro, lembro-me do teu corpo, lembro-me da dor, como tu me fizeste sentir... Lembro-te completamente dentro de mim.

A primeira coisa do qual eu me lembro é de ter acordado todas as manhãs, proferindo as mesmas palavras dia após dia depois do sucedido: "Tudo irá ficar bem."
Tudo deve ficar bem porque eu sinto-me numa hospedeira, este corpo não me pertence, estás roupas não me pertencem... Está dor não me pertence.   



Quero me lembrar de ti, quero que voltes e expliques com a maior sinceridade do mundo porquê que fui eu a escolhida, para carregar este fardo por toda minha vida. 

Porquê eu?
Não sou nada de especial, sou completamente normal. Nunca tive a necessidade de chamar atenção, mas pelos vistos chamei a tua... Tornei-me no teu cordeiro e tu no meu lobo, meu sangue puro purificou-te livrando-te de todos os pecados imundos creio eu. 

Não consigo dizer nada, cada olhar meu é suficiente. Eu grito por socorro, grito por libertação... Meu olhar é suficiente, "libertem-me por favor."
Aparentemente estou salva de qualquer coisa que venha para machucar-me, mas aparentemente naquele dia eu estava salva também, como eles dizem: eu estava a ser acompanhada por anjos. Eu acho que ele deve ter sido horrível o suficiente para afugentar os meus anjos. 

Se aquele "incidente" (como muitos preferem dizer) voltasse a acontecer, não sei se estaria tão diferente de como estou agora. 
Não teria ideia de quem irá aparecer, se ele irá voltar outra vez, poderia estar a implorar de que fosse um sonho. 
Ou talvez eu iria sentir os demônios a arrastar-me para o lugar que mereço estar, depois de anos vivendo de ocultismo. 
Estou salva mas não sã. 
Não, NÃO POSSO ESTAR SÃ!
Eu estou completamente fodida! 

Quem em sã consciente iria pensar em demônios e ter sido fodida num beco imundo sem permissão? 
Acho que... Em cada estocada ele roubava a minha humanidade. 

Sim! 
Deve ter sido isso!

Mas se aquele incidente voltasse a acontecer, não estaria tão diferente de como estou agora. 
Nada mudaria, estaria quebrada e com sofrimento na mesma. 
Estaria sem voz e sangue a menos... 
Estaria perdida, sem onde recomeçar. 

- Por favor, libertem-me. - Essa voz que eu não reconheço, essa voz que parece-me familiar, escutem essa voz que sussurra por socorro.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

De tudo que existiu, fica tudo!

De tudo o que existiu fica tudo!
Por: Anderson Edward 
Recomendo: H.E.R - Focus


De tudo que existiu... Fica tudo!
Ficam a empatia, os risos, o choro, o medo, o desabafo, os nó's desatados e os que atamos também.
Ficam as palavras, as expressões e gestos de afeto e carinho. Ficam os olhares de cumplicidade e intimidade nos momentos que foram nossos.
 

Ficam as músicas que não tivemos, as atrapalhadas, as caras de espanto e o medo de magoar com qualquer bobagem impensada.

O toque que a cada dia foi tomando de forma mais sincronizada, sem muito desespero. Também fica junto com ele o abraço que foi se tornando cada vez mais apertado fazendo a gente quase entrar na gente.Ficam os "nãos", os "sins", os "tudo bem" e ficam também os "bóra"! As aulas ficam. Tanto as de "como não fazer" quanto às de "como não ser". 

Ficam as longas conversas sobre tudo e nada, sobre eu, sobre você, sobre os outros e sobre nós.

Ficam o silêncio e a troca intensa de emoções que fizemos através dele.
Ficam as broncas acompanhadas de gargalhadas, ficam as piadas engraçadas e as sem graça também. Ficam aquelas que fizemos pensando ao mesmo tempo a mesma coisa sobre a mesma situação. 

Como tudo isso foi incrível!!

Ficam os sentimentos de cuidado, de carinho, de zelo. Fica cravado no peito o respeito de uma grande e forte "amorizade" (metáfora de amor e amizade). 

Mas acima de tudo pudera eu dizer pra você: fica?!
Sugiro que modifiquemos e transformemos tudo isso que ficou para continuarmos usufruindo, mas de outra forma. 

Uma forma mais amena, serena, mas praticável.
Assim, com certeza, a gente vai poder ficar sempre perto!