segunda-feira, 29 de maio de 2017

+18 [03:15]

03:15
Por: K.

Completamente nua,
Molhada de suor e orgasmos induzidos
Sento sobre a cama
Olho ao redor do meu pequeno comodo,
Sinto a minha respiração travar,
E a escuridão tomar conta de mim,
Deixo os meus pés entrar em contacto com o chão frio
E espero,
Espero que os monstros saiam,
E fodam-me de uma só vez,
Que fodam à vida que há dentro de mim,
Que matem a criança com esperanças de ser resgatada,
A mulher com uma fixação por caos,
E o homem com bolas de aço,
Cansado de agir através de um corpo afeminado,
Senti o tempo parar,
Senti espectros chegar
E famosos gritos de dor e gemidos,
Contra o meu misturar
Não sei,
Se eu vivia drogada o tempo todo,
Perdida neste tempo ou,
O que eu mais temia aconteceu,
Conquistei os monstros
Não me vou livrar deles,
Nessa hora, 03:15
Vou liderar cada alma condenada
A partir do meu corpo,
E depois de tanto tempo
A viver agonizada com um desespero ilimitado,
Durante todo este tempo
Pensei que fosse tristeza,
Mas não,
Foram gozos simultâneos.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

+18 [O segredo sujo do desejo]

O segredo sujo do desejo

Os meus passos são lentos e não perco o meu hábito de infância, conto sempre cada passo dado até chegar ao meu destino.

Mas... 

Algo interrompeu-me, alguém me tocou e tentou chamar a minha atenção só que eu me perdi... 

Me perdi naquela boca carnuda feita para pecados, me perdi na silhueta perfeita que deixaria Hera com inveja, me perdi naquele sorriso inocente... Me perdi naquela pele macia. 

- Como chego até... - Não, não me interessa onde queres tu chegar, a única coisa que me interessa é até onde eu poderia te levar. - Vi um apartamento na internet naquele bloco que interessou-me bastante. - Huh, qual bloco? Oh!

- Siga sempre em frente, vai para a esquerda e verás logo. Mas olha, eu poderia ajudar-te a chegar até lá. - Ela sorri como forma de agradecimento. Merdinha inocente.

Mas que merda eu fiz?

Eu poderia simplesmente ajudar-lhe a chegar até lá por simples direcções, assim só piorei a situação. 

A minha. 

E dela.

Sinto a minha vagina apertar-se de tanta tesão, fiquei molhada num instante ao imaginar essa puta inocente amordaçada e de joelhos a olhar para mim. Porra, fiquei molhada só de imaginar a vagina dela na minha boca enquanto enfio um dedo entre essas nádegas pequenas... 

Fiquei molhada só de imaginar os meus dentes na pele dela morena, e sentir o sangue dela na minha pele.
Viscosidade.
O cheiro forte.
Sangue.

Porra, tenho de foder essa gaja. 

Olho para ela, dou um daqueles meus sorrisinhos como se não quisesse nada.

- Hey, meu nome é K e vivo à 6 blocos daqui... 

Eu vou foder e desfazer essa gaja.  

terça-feira, 16 de maio de 2017

+18 [Desejos secretos atrás de portas]

Desejos secretos atrás de portas.

Eu já não sei mais o que sentir. A realidade é tão confusa, está tudo misturado e eu não consigo diferenciar entre o bem e o mal, entre estar perto e distante, feliz ou triste.
Eu não sei diferenciar entre tê-lo e mais outro por perto.
Não sei o que sinto ou necessito, mas a verdade é única: se for para escolher entre foder e ser fodida ambos sabemos qual é a resposta, e não importa se for ele ou com um outro. Minha maldição é pesada demais para carregar sozinha.

Em frente dele, dou mais um passo. Encontro-lhe a masturbar-se. Acho que isso aumentou o desejo de saber, de senti-lo em mim.
Eu não consigo controlar-me, ponho a minha mão por baixo da minha saia e começo a esfregar o meu clitóris com o dedo e sinto as minhas pernas ficarem molhadas.
Consigo sentir o prazer a contruir barreiras dentro de mim, ele geme e sinto um enorme prazer atráves de mim e tremo.
Completamente, consumida pelo prazer dou um gemido alto, e ele olha para trás.

Isso muda tudo.

Ele corre até mim, empurra-me para fora da pequena sala, e tira-me para fora com um estrondo na porta.
A porta.
A maldita porta.
A uníca coisa que permanece entre nós.

Fico sem fôlego. Chocada.
E ele, abre a porta outra vez, me puxa de volta, fecha a porta e me empurra para a parede.
Sem dizer nada ele me põe com a cara contra a parede e recebo o uma penetração forte.

Ele começa a empurrar contra mim, com tanta força. E cêus, é tão bom.
Ele pega as minhas mãos e mantêm-nas presas. É tão quente.
A minha respiração torna-se pesada enquanto ele mergulha em mim. Enquanto ele navega em meu corpo.
Começo a gemer tão alto, que o meu orgasmo se constrói.
Sinto tudo a explodir dentro de mim. O orgasmo mais forte que alguma vez já tive.
Ele, treme contra o meu corpo e goza dentro de mim.

Ele me vira, agarra a minha camisa com força até lhe rasgar. Ele me beija enquanto arranca o meu sutiã e o tira, expondo os meus seios.
Ele os esfrega e beija.
E outra vez, sem eu perceber ele me penetra. Começa devagar, mas depois vai mais rápido e mais forte.
Mais profundo.
- Oh, céus - Sinto que será um orgasmo forte.
Grito enquanto sinto o orgasmo chegar. Ele goza ao mesmo tempo.

Então, cai em cima de mim, ofegante.
Ele enfia a sua língua dentro da minha boca, e só assim sei que voltaremos a fazê-lo.

Muitas vezes.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

[Eu e o meu amor sofista]

Eu e o meu amor sofista

"Por favor, olhe para mim. 
Por favor me ame.
Se tu simplesmente me quisesses, se tu de verdade me amasses... Eu poderia destruir-te." 

Não posso dizer que foi amor a primeira vista, foi mais uma questão de conhecimento.

 Na primeira noite houve trocas de palavras e na segunda noite pude ouvir com clareza a tua voz. 

És forte, tens vida, és perfeito. 

Não quis que ouvisses a minha, não quis que formasses uma ideia sobre mim ainda... Uma garota tem de ter segredos, certo?

Foste o primeiro que enxergou de verdade quem eu era, o primeiro que motivou-me, o primeiro que eu deixei a clara imagem de que poderia fazer-me mudar. 

Tu me encantaste.

Teu sorriso e a tua inteligencia deixaram-me desnorteada. 

Eu nunca esperei que acontecesse nada entre nós dois, mas algumas coisas são inevitáveis. 

Eu só desejei que não fossem.

Meu coração agitava sempre que recebia uma mensagem tua, um áudio estúpido ou uma imagem engraçada. 

Eu estava cheia de esperanças de que desta vez, pelo menos desta vez as coisas podiam ser diferentes.
Na verdafde, pensando agora... Poderia ter sido.

Até que, eu cometi o estúpido erro de deixar-te tocar-me... 

Tu me querias,
Eu senti.
E acabou. 
Pelo menos para ti. 

O encanto foi-se, o brilho da tua aura começou a parecer-me comum. 

Tu me tocaste, eu queria. 
Por isso deixei-te me tocar. 

Foi melhor do que as imagens que eu projetava em minha mente, foi melhor que todas anotações que eu estupidamente fazia em papéis. 

Tu me tocaste, e cada toque contra a minha pele foram como balas no coração.

São danos completamente irreversíveis, tu morrias a cada estocada e eu sentia-me viva à cada gemido.

Sentia-me extasiada, com o orgasmo por perto e eu entrei em pânico. Pressionei o meu corpo ao teu, tentei entrar no ritmo.
Tu me tocaste e como um íman eu retribui o toque, eu tinha de fazer-te acreditar que o sentimento era recíproco. Ou talvez eles teriam sido, mas em outra vida se eu não tivesse sido amaldiçoada. 

Apertei a minha vagina contra o teu pênis, para apressar tudo. Eu não aguentava mais, eu precisava retirar de ti a força vital, beijei-te e senti a vibração como da primeira vez.

Até que tudo terminou...

Olhei cansada para o teu corpo inerte e sem vida, enquanto eu sentia-me viva. 

Deixei-te aí, sem culpa nenhuma. Já não servias para mim, não tinhas mais vida para oferecer. 

E eu não sentia mais nada. 

E eu faria tudo outra vez sem remorsos, porque tudo baseia-se em meras ilusões para que eu continue viva até encontrar o meu próximo amor. 

Não entendes? 

Foi tudo por amor...

Amor à mim. 

terça-feira, 9 de maio de 2017

[Quando me fiz, eu]

Quando me fiz eu
Recomendo: Better love - Hozier

Eu enlouqueci com tudo, o sofrimento fez-me perder a cabeça e tornou-me instável. Despi-me de tudo. Da sanidade e dos meus sonhos. Das memórias e sentimentos que tornariam-me fraca. 

Tornei-me num produto de obrigação, uma cópia adulta daquilo que queriam em que eu me tornasse. Eu nunca estive livre, na verdade ninguém é livre, fomos feitos para cumprir prazos de expectativas que nem sequer são nossas. E a merda toda, é que esses prazos mantêm-me presa. Estes prazos mantêm-nos em personagens que duram a vida toda. Porra, nem sequer somos os protagonistas. 

Eu não reconhecia a mulher dentro de mim, alguma coisa tinha mudado de forma permanente e nem sequer sei qual foi o gatilho... A mulher que sempre acreditou em fantasias e num mundo e pessoas melhores, tinha sido destruída completamente. Os meus olhos tornaram-se vazios, o meu coração completamente silencioso, as minhas veias fechadas. 

Tudo em meu corpo tornou-se estéril. Eu só seria capaz de exibir qualquer sinal de vida, quando estivesse perto de terror. E se estivesse a vir de mim melhor. Puro terror, igual a uma bomba orgasmica.

Às vezes, eu gostaria de ter sido encontrada mais cedo. Mas eu não consigo prever uma vida pior ou melhor que esta, eu não consigo ver além do presente. Às vezes é bom fingir, fingir que eu talvez seja normal como todo mundo. Não importa as coisas terríveis que seja capaz de fazer, fingir que não há nada de errado comigo é a melhor das decisões para iludir-me que talvez eu poderia ter sido diferente. Iludir-me que talvez eu poderia ter sido mais luz do que escuridão.