sábado, 24 de junho de 2017

[A garota que ansiava por luz]


A garota que ansiava por luz

A única vez que senti um pesar por ter criado expectativas por um amor, que de verdade nunca esteve certo para acontecer foi também a única vez que pensei que talvez devia pedir perdão por fazer o meu coração e meu corpo passar por tudo isto. E foi só um pensamento, eu não fui obrigada a pedir perdão por despertar um amor impossível, ninguém devia fazer isto, ninguém deve ser obrigado a isto.

Ir contra o destino?
Não, claro que não. 


Porque pessoas com a mesma fé que eu, diriam a mesma coisa: o amor que Deus sente por nós é impossível. Porque nunca, nunca será correspondido da mesma maneira, nunca será correspondido a altura e com a mesma intensidade, mas mesmo assim Ele continua a amar-nos incondicionalmente todos os dias e da mesma forma. Com grandes expectativas de que muitos de nós, lhe amemos de volta.

E agora, quem sou eu, para retirar de mim a esperança a espera de um amor, enquanto o meu criador ama-me e sinto este amor transbordar a cada segundo que levanto da minha cama. Quem sou eu para desistir por causa de um amor que não me amou de volta, enquanto que apesar das minhas infinitas falhas sou amada pela divindade, mesmo sabendo que nunca irei conseguir retribuir da mesma forma.

         E Ele uma vez, amou-nos de tal forma que enviou o seu único filho para morrer por nós, para explicar e provar que o amor é a força capaz de mover mundos pessoais e coletivos.
Devia arrepender-me por amar alguém com tanta força, mesmo que isso signifique que sou capaz de “acabar mal’?
Não!
Porque ao permitir-se o arrependimento, é estar desapontado consigo mesmo e com as escolhas feitas.

Arrependimento, é um sentimento para pessoas sem propósitos. Pessoas que ficam tão desiludidos com tudo e até de si mesmos.

Mesmo que hoje eu tenha de viver com um coração, com fragmentos ainda em falta, não me arrependo de ter percebido um pouco o proposito que Deus tem para mim.
Crer na esperança e viver na fé, para que apareça um amor melhor e com luz para mim.

domingo, 18 de junho de 2017

[Sementes de inquisições]


         Sementes de inquisições

As coisas fazem mais
sentido agora. Todo mundo quer uma oportunidade no amor, mesmo que de forma inconsciente. Mas pessoas como eu nunca teríamos a oportunidade de entrar numa verdadeira fase de um relacionamento ou encontrar conforto em alguém. Nunca iriamos saber a ciência de que daria certo ou não, de que possivelmente existem pequenas chances de que poderíamos mudar para alguém, de que choraríamos e iriamos nos curar com o tempo por alguém.

Todo mundo quer uma oportunidade para viver, eu queria uma oportunidade para viver, as vezes implorava tanto que sentia a minha alma tremer.
Mas o caos e a destruição, foram as coisas mais gloriosas que alguma vez experimentei. Se alguma vez me arrependi?  
Não!

Aprendi que neste mundo cheio de ímpios, hipócritas, falsos santos, prostitutas do materialismo, mentes ocas, corpos vazios e almas completamente corruptíveis... Cada um tem a sua forma de viver.
E levou anos para desfazer tudo que aprendi durante tanto tempo: que é através do amor que se vive.
        
         E pessoas como eu, como ela e como outros... Pessoas que mantêm-se verdadeiros a sua essência, pessoas que elevaram-se pelos pecados, pessoas com uma escuridão infinita... Somos todos diferentes por amar a vida, pela sua infinita angustia.
Mas somos todos iguais por estarmos ligados ao sentimento primitivo do que causou tudo: o momento em que Eva provou a maça.
E para nós, o momento em que nos apercebemos o que para nós viver se parece. O que verdadeira maldade se parece.

Uma vez que se experimenta algo que tira o teu folego de uma maneira inexplicável, jamais se esquece.
Jamais se arrepende. É como prazer.
Eu me destruí primeiro e não pude ficar entorpecida outra vez. E agora eu não posso ignorar a fome, a tentação... É demais. E ninguém nos pode julgar, deviam todos adorar-nos.
Porque todos os dias, experimentamos um prazer que quase ninguém jamais vai ter, uma satisfação que ninguém jamais ira chegar perto de sentir.
Porque nós cedemos.
Cedemos a fome. Ao desejo. As necessidades. A luxúria.
Cedemos a nós.


quinta-feira, 8 de junho de 2017

[Não quero desertar, só liberdade]

Não quero desertar, só liberdade

Silêncio repleto. 

Profundo, cheio de significados. 

O silêncio dos beijos. O silêncio dos olhares. O silêncio dos sonhos, contos e tesouros jamais encontrados. 

O silêncio dos amantes, e de amores.

Aquela vez, aquele silêncio, que gostaria que não terminasse nunca. Gostaria que fosse o início de tudo outra vez, descobrir a vulnerabilidade e a fragilidade...
Aquela vez que não vai voltar mais, a vez que tentou agarrar-se a mim, mas não sei como, escorregou e foi-se.

Aquela vez que estava tão decidida em amar-te simplesmente e me aposentar, mas eu descobri o seguinte:
Não há primeiro amor para ninguém, pois, sempre que amamos é uma primeira vez. 

Te amei uma vez, mas eu tenho de ir, tenho de correr. O coração é um animal, o meu coração é um animal selvagem com garras tão fortes e tão rápidas, garras invisíveis que nem dá-se por conta quando começa a perfurar. E eu não te quero perfurar, não quero ser a culpada de qualquer desastre que vejo mais a frente. Está simplesmente na hora de nos libertarmos, fora da cama, fora de sexos e beijos...

- Tu estás errada, somos boas juntas. Somos felizes juntas.

- Não, tu é que estás errada. Não podes tentar manter-me por cá, mas eu te entendo. Tentas prender meu coração com palavras e memórias. Mas é inútil Vanda, é inútil digo-te já! 

Ela aperta meu corpo contra o seu, um aperto forte para manter-me com ela... Isso não é mais amor, antes achei que assim fosse. 
Amor... Eu não quero um espaço muito grande para um amor pequeno demais. E ultimamente sinto-me sufocar, sinto meu corpo a forçar encolhimento.
Não te sinto mais!

Uma vez li um livro de Federico Mocia em que ele disse:"(..) é perceber que talvez amar seja outra coisa. É sentir-se leve e livre. É saber que o coração dos outros não lhe é devido, não lhe pertence, não lhe cabe por contrato. A cada dia você deve merecê-lo. E dizê-lo. E dizer a ele. E compreender pelas respostas que talvez seja necessário mudar."

E a verdade é que são necessárias tantas coisas...
É necessário mudar, mudar tudo. 
Mudar de ares. 
Desaparecer, ir embora. 

Amor é isso, a necessidade de ir embora para reencontrar o caminho. Amor é a necessidade de desprender, largar e percorrer caminhos novos.
Não faça isso comigo, não faça isso contigo.

- Deixa-nos ir.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

+18 [Arruinando-me II]

+18 Arruinando-me II

- Eu sei o que tu gostas. Não há segredos comigo.

Apesar das suas palavras soarem tão aterrorizantes, ao mesmo tempo eram bastante seguras. Ele sabe tudo sobre mim. Ele sabe o meu segredo sujo, ele tem em sua posse o meu segredo mais sujo.
Ele.
Ele é o meu doce segredo sujo.

Ele desliza alguns dedos dentro de mim, e amaldiçoo-me por estar tão molhada por um bastardo. Ele começa a mover os seus dedos e uma onda de prazer invade as minhas entranhas. Não posso fazer nada, então apoio as minhas costas na parede enquanto ele esfrega o meu ponto G.
Eu gemo, e com cada coisa que sinto, fico indignada.
Indignada comigo.
Com o meu corpo.

Levanto os meus pés em cima de uma pedra ao lado, de modo que esteja totalmente aberta e o meu corpo está completamente á merce dele.
E eu quero sentir ele dentro de mim.
Eu quero que o meu mundo exploda novamente.
E eu sei o que ele quer. Ele quer que eu implore, ele quer que eu grite para que ele me foda duro.
Com aquele olhar de predador, raiva com uma mistura de fome. E sou levada á um nível mais alto.

Sinto tudo.
Cada palavra suja proferida causou-me desejo cada bofetada dolorosa desencadeou uma parte desconhecida de mim. E agora, consigo sentir cada pedaço de raiva que este homem possui, e a única saída é através do limitante prazer.

Tento tocar-lhe, trazer-lhe mais perto de mim, mas ele golpeia-me na cara, puxa-me pelo cabelo, cola as nossas caras enquanto ele continua a massagear os seus dedos dentro de mim.
Aquele hálito quente bate na minha cara, eu gemo mais e mais.
Eu não quero a porra de um par de dedos!

- Queres que eu deslize dentro de ti agora? - Super poder? Leitor de mentes.

Ele finalmente tira os dedos, me pressiona contra o chão frio e sujo, morde meus seios, puxando os meus mamilos enquanto rosna para mim.

E daí... Ele me preenche de uma maneira que só ele pode. Parece-me até que vai rasgar-me ao meio, mas aquela pontilha de dor só contribui para as grandes sensações.
É como uma sincronia bem orquestrada, cada parte de mim começava a estourar, faz tudo explorar e eu perco o controle.

Perco a porra do controle!
Tento chegar a ele, tento transferir a quentura que explode para fora de mim, mas ele aperta os meus braços.
Aquele domínio todo faz com que as minhas tentativas de luta, tornam-se inúteis.

E de novo, atinjo uma intensidade de prazer, que não é possível sem uma sintonia.
Eu atinjo aquele limite, sinto meu corpo fraquejar.

E ele olha para mim... Realmente para mim.
Ele não é do tipo que promete amor, não, não é. Ele é do tipo que promete um monte de orgasmos...

Já não dúvidas, eu tenho certeza absoluta que não foi na primeira vez, mas esta... Que ele arruinou-me.