Ménage a Estocolmo
Quando ele começa a empurrar dentro de mim, eu
tento o meu melhor para tornar o meu espaço completamente branco. Eu não quero
sentir isso, amar uma vez bastou e eu não preciso sentir como se estivesse a
trair a lembrança distante, de que alguma vez fui amada de uma maneira tão
forte e única.
Mas não importa de quantas maneiras eu tento me
desligar, o meu corpo reage ao toque dele, reage a tudo que ele faz comigo para
me satisfazer. Cada impulso contra mim cria uma persuasão sob o meu corpo, e
quando ele entra nesse modo de escuridão faz-me lembrar vagamente de que modo
fui criada e inconscientemente, faz com que ele me puxe nas profundezas com
ele, a minha abstinência por escuridão terminou. E quando eu ouço os seus
gemidos e gritos de prazer eu não consigo evitar, a não ser corresponder.
Sou fraca. Destemida com alguns que nunca
tocaram o meu corpo ou um pedaço do meu coração. Mas com ele, eu não me
reconheço.
Eu sei que algum dia, ele vai acabar a minha
vida por todas as traições e brincadeiras plantadas contra ele, eu não
conseguia me controlar, pecar sempre foi fácil para mim, mas agora não me
importo, neste momento penso em todos os anos, meses e dias que passei ao
tentar fazer com ele ficasse comigo assim, como eu o tenho agora. Acima de mim
e a comer cada centímetro meu.
Ele pode ter ganhado a guerra de ter dito o “sim”
quando bem quis, mas eu ganhei a melhor batalha de todas.
Ele
pertence a mim.
Finalmente,
consegui com que ele cedesse ao seu desejo e me usasse como bem quisesse.
E bastou eu encontrar o amor de verdade através
do outro, para que eu visse que não importa o quanto eu amasse, não importa
como eu me sentisse culpada por ter terminado com ele... Algo bem maior ganhei
no final.
Fiz com que ele terminasse com o outro por mim.
O outro. Aniquilado finalmente por ele, meu
herói sem uma armadura brilhante.
E enquanto eu sinto o orgasmo chegar, penso
sobre o outro outra vez e como nós nunca teríamos dado certo, e como eu
brinquei comigo mesma e com a ilusão de que poderia ter tido uma relação normal
com o habitual abuso, dada as circunstancias... Mas, eu era dele e sempre
serei.
Meus anseios interrompidos, eu começo a ficar
sem ar. Ele começou a me sufocar.
Meu orgasmo chega enquanto olho para ele, e só
quando realmente olho para ele, consigo ver... estes olhos são completamente
iguais com as do outro. Estes olhos, são completamente iguais com os que
costumavam me assombrar, completamente iguais com os do demônio que tirou de
mim a minha inocência e fez de mim a puta louca esquizofrênica, cheia de
escuridão que sou hoje.
O outro teve um filho... O mesmo filho que
agora rouba de mim o meu ultimo suspiro quando ele goza dentro de mim.
Ele é como eu.
É um belo produto e exemplo de um monstro
irresistível e irreversível.
Durante todo este tempo, ele soube das
traições....
Minha
alma sorri para mim enquanto a escuridão me abraça.
O outro deve estar fodidamente orgulhoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário