terça-feira, 18 de julho de 2017

+ 18 [Ménage á Estocolmo]


Ménage a Estocolmo


Quando ele começa a empurrar dentro de mim, eu tento o meu melhor para tornar o meu espaço completamente branco. Eu não quero sentir isso, amar uma vez bastou e eu não preciso sentir como se estivesse a trair a lembrança distante, de que alguma vez fui amada de uma maneira tão forte e única.

Mas não importa de quantas maneiras eu tento me desligar, o meu corpo reage ao toque dele, reage a tudo que ele faz comigo para me satisfazer. Cada impulso contra mim cria uma persuasão sob o meu corpo, e quando ele entra nesse modo de escuridão faz-me lembrar vagamente de que modo fui criada e inconscientemente, faz com que ele me puxe nas profundezas com ele, a minha abstinência por escuridão terminou. E quando eu ouço os seus gemidos e gritos de prazer eu não consigo evitar, a não ser corresponder.
Sou fraca. Destemida com alguns que nunca tocaram o meu corpo ou um pedaço do meu coração. Mas com ele, eu não me reconheço. 


Eu sei que algum dia, ele vai acabar a minha vida por todas as traições e brincadeiras plantadas contra ele, eu não conseguia me controlar, pecar sempre foi fácil para mim, mas agora não me importo, neste momento penso em todos os anos, meses e dias que passei ao tentar fazer com ele ficasse comigo assim, como eu o tenho agora. Acima de mim e a comer cada centímetro meu.
Ele pode ter ganhado a guerra de ter dito o “sim” quando bem quis, mas eu ganhei a melhor batalha de todas.
Ele pertence a mim.
Finalmente, consegui com que ele cedesse ao seu desejo e me usasse como bem quisesse.
E bastou eu encontrar o amor de verdade através do outro, para que eu visse que não importa o quanto eu amasse, não importa como eu me sentisse culpada por ter terminado com ele... Algo bem maior ganhei no final.
Fiz com que ele terminasse com o outro por mim.
O outro. Aniquilado finalmente por ele, meu herói sem uma armadura brilhante.

E enquanto eu sinto o orgasmo chegar, penso sobre o outro outra vez e como nós nunca teríamos dado certo, e como eu brinquei comigo mesma e com a ilusão de que poderia ter tido uma relação normal com o habitual abuso, dada as circunstancias... Mas, eu era dele e sempre serei.

Meus anseios interrompidos, eu começo a ficar sem ar. Ele começou a me sufocar.
Meu orgasmo chega enquanto olho para ele, e só quando realmente olho para ele, consigo ver... estes olhos são completamente iguais com as do outro. Estes olhos, são completamente iguais com os que costumavam me assombrar, completamente iguais com os do demônio que tirou de mim a minha inocência e fez de mim a puta louca esquizofrênica, cheia de escuridão que sou hoje.

O outro teve um filho... O mesmo filho que agora rouba de mim o meu ultimo suspiro quando ele goza dentro de mim.
Ele é como eu.
É um belo produto e exemplo de um monstro irresistível e irreversível.
Durante todo este tempo, ele soube das traições....
Minha alma sorri para mim enquanto a escuridão me abraça.

O outro deve estar fodidamente orgulhoso.

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